Projeto sobre materiais quânticos em duas dimensões do Departamento de Física vence edital da CAPES/Cofecub 

Trabalho desenvolvido pelo grupo do Laboratório de Optoeletrônica (Lopel) está na vanguarda entre os centros universitários do país 

A pesquisa liderada pelo professor do Departamento de Física, Victor Carozo, sobre materiais quânticos em duas dimensões, foi uma das selecionadas pelo programa CAPES/Cofecub, que tem como objetivo estabelecer colaboração entre pesquisadores do Brasil e da França. Com a aprovação no edital, que terá duração de quatro anos, o projeto de pesquisa receberá até R$ 1,7 milhão. O recurso será utilizado para impulsionar o desenvolvimento da ciência básica, formar novos pesquisadores por meio de bolsas para pesquisador visitante, doutorado sanduíche e pós-doutorado, além de financiar visitas de pesquisadores franceses ao Brasil. 

De maneira mais específica, o projeto envolve o estudo experimental de fenômenos quânticos, como a supercondutividade em duas dimensões. Segundo o professor Carozo, os dispositivos eletrônicos serão desenvolvidos no Laboratório de Optoeletrônica (Lopel) do CTC/PUC-Rio e, posteriormente, levados para a Universidade Paris Cité para caracterizações ópticas. 

“Os materiais que estamos estudando possuem espessuras nanométricas, e a proposta é encontrar estruturas capazes de apresentar fenômenos quânticos, como a supercondutividade, sob determinadas condições de baixa temperatura, com potencial aplicação em diferentes setores da indústria tecnológica”. Sabe-se que, com uma única camada atômica de material, é possível reduzir o custo de produção para viabilizar a supercondutividade. “Quando reduzimos a dimensão dos materiais a uma camada atômica, conseguimos economizar no custo de produção, mantendo as propriedades físicas de interesse”, explica. 

Ainda segundo o professor, a ideia é explorar novos fenômenos quânticos, uma vez que as pesquisas nessa área ainda estão em estágio inicial. O tema é, portanto, considerado um “hot topic”, com poucos pesquisadores no mundo dedicados a ele. 

“Acredito que esse tenha sido um dos méritos que levaram à aprovação da proposta no edital. Apenas grandes centros no mundo trabalham com esse tema. Aqui no Brasil, há pesquisas sobre materiais quânticos, mas quando se trata de materiais de baixa dimensão como os que estudamos, a PUC-Rio está na vanguarda”, conclui o professor do Departamento de Física do Centro Técnico Científico.